quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Lendas e Folclore Nacional ~ Recontando Histórias


O que existe no sobrenatural que desperta tanto a nossa curiosidade? Existem muitas lendas pelo mundo de criaturas diversas mas quando falamos do Folclore nacional em geral é tratado como desdém. Ora, o que ele tem de diferente dos outros seres mitológicos? Nada! Porém grande parte dessa visão "abobalhada" foi graças ao Monteiro Lobato, que foi uma faca de dois gumes: trouxe as lendas mas tornou-as bobocas. Friso aqui que claro, não fosse o trabalho do Monteiro Lobato, nem um reles Saci nós conheceríamos, de modo que isso não é uma depreciação do seu trabalho de forma alguma, ele apenas não se aprofundou nas pesquisas.

Mas e se elas não fossem tão bobocas assim? Sempre pensei nisso e foi assim que resolvi criar minha própria versão de cada lenda.


O Saci é uma criatura com pele dura e resistente, como um tipo de madeira muito preta. Conta-se que, como guardião da floresta, certa vez teve sua perna arrancada e desde então usa essa mesma perna como bengala e como arma, espancando todo invasor que cause mal à sua casa. O alto da sua cabeça está sempre em chamas, motivo pelo qual sempre associam o fogo ao boné vermelho.


A Comadre Fulôzinha trás consigo uma história um tanto triste. Ela era uma menininha que se perdeu na mata e depois de andar por muitos e muitos dias, seu último fôlego foi uma oração que foi ouvida pelos espíritos e não deixou que sua alma deixasse seu corpo, desde então sua essência brilha como uma chama acima de sua cabeça. Como era uma menina cabocla, seu cabelo era muito liso e comprido, o qual usa para chicotear todos aqueles que entram na mata sem permissão.

O Curupira é um protetor da floresta. Dizem que é um ser com cabelo vermelho e que anda pela mata montado nas costas de um grande porco selvagem. Ele tem pés como de aves e as histórias que ele teria os pés virados pra trás pra enganar os caçadores, vem do seu costume de cortar os pés da última pessoa que caçou sem sua permissão, usando os membros decepados para criar as pegadas falsas.
A Cuca está sempre associada a lendas como o Homem-do-Saco. A lenda conta que ela é uma velha com aparência de jacaré e costuma, na maior parte do tempo, ser benevolente: ela ajuda as crianças que se perdem na mata. Em troca, a criança deve fazer uma oferenda para ela, colocando dentro de um pote de barro um pouco de sangue e farinha de mandioca. Caso a oferenda não seja feita, na próxima madrugada a criança misteriosamente desaparece, ficando apenas na cama seus dedinhos cortados.
A Mula-Sem-Cabeça ao contrário do que todos pensam, tem sim cabeça! Essa por sua vez é criada através de uma maldição: toda mulher que se envolver com um padre ou for fruto dessa união, todas as sextas-feiras é condenada a se transformar numa criatura hedionda com corpo de mula e uma cara desfigurada que solta fogo pela boca e pelas narinas. Há quem diga que a única maneira de quebrar a maldição é tirando seus arreios de ferro ou ferindo ela, de modo que no mínimo uma gota de sangue seja retirada dela. Quem quiser se aventurar a salvá-la, dizem que costuma ser vista nas madrugadas perto das igrejas e relinchando furiosamente.
Uma das lendas mais tristes é a da Vitória Régia. Conta a história que uma linda índia que se apaixonou pela lua e na sua ânsia de estar sempre na sua presença, ao ver a imagem dela refletida no rio, pulou em seu alcance e se afogou. Mas também há outra versão que diz que essa mesma índia possuía um amante chamado Pitá e que os dois se amavam muito. Gabando-se de quanto o amor de Pitá por ela era grande, jogou um colar no rio para que ele fosse buscar em prova de sua devoção. Pitá pulou no turbulento rio e não mais voltou, então sentindo-se culpada a índia se jogou no rio também e assim os dois nunca mais foram vistos, pois conta a lenda que no momento em que a índia se afogou, uma vitória régia emergiu no local. A Vitória-Régia hoje toma conta dos rios e lagos e é dito que, se você poluir ou destruir seu ambiente, ela aparece e te puxa para o fundo do rio...
sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O Nome do Vento ~ Patrick Rothfuss


Eu sempre tive inveja de Carol por uma coisa em particular: quando ela lê um livro, mais parece que está assistindo uma película com imagens, sons e efeitos especiais, tamanha é a empatia pela leitura. Eu nunca li um livro dessa maneira, até ler O Nome do Vento de Patrick Rothfuss.

O Nome do Vento, O Temor do Sábio e Os Portões de Pedra*(que ainda será lançado) são os livros que fazem parte das Crônicas do Matador do Rei, um livro de fantasia/aventura épica. Quando falava de fantasia épica, dois nomes pipocavam na minha cabeça: Senhor dos Anéis e Nárnia. Nada mais justo pela relevância histórica e literária das duas obras. Mas usando as palavras do próprio autor, Patrick Rothfuss, o que eu ia querer ler depois de uma fantasia épica? O que há pra fazer depois de salvar o mundo? Salvar o mundo...de novo?

Ciente disso, O Nome do Vento começa contando a história do lendário Kvothe (se lê "kuoth"), o Arcano. Kvothe, o Sem-Sangue. Kvothe, o Matador do Rei. Uma figura com tantos episódios memoráveis na sua vida que muitos acreditam que seja apenas uma lenda ou outros que nunca existiu. Mas existiu e hoje ele se denomina Kote, o hospedeiro (por ser dono de uma pacata estalagem) e nega ser essa figura lendária. O motivo? E quem sabe?

Primeiro o livro me chamou atenção pela bela capa. Depois pelo personagem principal ser um bardo. Nada de guerreiro "escolhido", nada de arqueiro habilidoso por natureza ou destinado a fazer algo. Apenas um bardo que andava com sua trupe, os Edena Ruh.

O que me leva a outro ponto que demorei a começar a leitura do livro, mesmo Laís tendo me indicado há quase um ano! Pensei: por ser um bardo, deve estar cheio de músicas e cantarolisses no meio da história. Entenda, é belo se visto como poesia, mas ler e imaginar como soaria uma canção sem ter a mínima ideia é meio frustrante pra mim, então não, Tolkien. Mas a música é muito bem usada. Aliás, é uma parte importantíssima da construção do personagem principal, sem tornar cansativo, enfadonho ou frustrante.

Porém quando comecei, deslanchei na leitura: capítulos curtos (isso acho importantíssimo!), dinâmicos e uma narrativa afiada como uma lâmina de um mercenário Ademriano.

E foi aí que eu percebi o milagre do enredo, no qual eu me via conversando com o personagem, gesticulando, gritando pra um livro. Muita gente faz isso e eu ficava pensando o quanto de emoção tinha verdadeiramente nisso. A resposta, claro: muita!

Um bom livro me transmite ideias, pensamentos e pela primeira vez, me deixa ansioso, com raiva e gargalhando. Não na minha cabeça, aquele sorrisinho de canto de boca, mas expressado com o corpo todo, rindo alto ou xingando no meio da rua a ação de um outro personagem.

O primeiro livro adquire tamanha velocidade que mesmo a meio caminho de terminar, comprei o segundo, pois não iria simplesmente parar. E continua no segundo, O Temor do Sábio, num ritmo mais frenético ainda.

A tradução também está impecável, embora claro, muita gente prefira o original.

Porque falei de Nárnia e Senhor dos Anéis lá em cima? Eu não quero comparar, até porquê eles dividem pouquíssimos aspectos além do gênero literário. Falei porquê se você NÃO leu nenhum deles e quer conhecer esse estilo literário, tem interesse, tenho quase certeza que vai gostar. Se você JÁ leu os dois, vai gostar duas vezes mais, pelo simples fato de... não salvar o mundo de novo!

O autor levou 14 anos pra escrever. 7 escrevendo e mais 7 editando, polindo pra que tu ficasse como você vai encontrar nesses livros. Dá pra notar a grande pesquisa nas impressionantes histórias dentro das história, passando por nações que não mais existem, povos que talvez nunca tenham existido até forças como o próprio Cristianismo hoje em dia.

Bom, chega de falar! Como me disse Laís ao começar minha leitura: "Sejam bem vindos aos Quatro Cantos da Civilização, onde vocês conhecerão novas lendas, línguas e cantigas".

O Nome do Vento tem 656 páginas e custa em média 49,00 R$. O Temor do Sábio tem 960 páginas e custa também 49,00 R$, muito bem gastos, posso dizer.






quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Caraminholas 2 ~ Pág.03 ~



Um Mês com Montalbano ~ Andrea Camilleri


(as ilustrações dos livros da Coleção Negra ficam por conta de Lelis)

Um mês com Salvo Montalbano é o que você precisa. Não, menos, bem menos que isso, um mês é muito, experimente um único capítulo que seja na companhia do comissário e aí vocês vão entender o que quero dizer.

Tenho uma predileção grande por romances policiais e de mistério, casos mirabolantes: Agatha Christie, Simeon, Sydney Sheldon, Conan Doyle, Raymond Chandler, Maurice Leblanc, todos contaram histórias fantásticas de prender a respiração até a última página, com sua trama emaranhada e bem construída pra no final esclarecer o mistério até então impossível e insolúvel.

Mas com Andrea Camilleri, autor e criador do comissário Montalbano, tive uma impressão completamente diferente. Não entendam como demérito, já li 14 livros dele e pouco lembro da trama e como tudo se desenrolava, contudo lembro de todos os personagens que criou! Ele tem livros com tramas simplórias e rasas? De jeito nenhum! Contudo alguns casos não passam de brigas de famílias, como os Sinagra e os Cuffaro por exemplo, família de mafiosos italianos que mantém a honra e só matam um da família adversária por vez, logo é a vez da outra.

E é aí que Camilleri ganha destaque pra mim ao trabalhar os personagens como nenhum outro autor desse gênero. Mesmo Salvo não sendo o tipo de pessoa que faz amizade facilmente, você pensa que queria ter ele como amigo. Chega a tremer as pernas imaginando o grito que ele vai dar em Catarella por ter, pela milésima vez aberto a porta de supetão e quebrado um pedaço do reboco da parede: "Me adescurpe dotô. A porta descapuliu da mão". Ou ainda se impacientar com a mania de Registro Civil do seu imediato Faso, que descreve toda a filiação do sujeito antes de mais nada, para o horror de Montalbano. Ou Gallo e Galluzo, os motoristas do comissariado que mais parecem pilotos de fórmula um pelas ruas de Vigàta.

Grande parte dos livros com histórias do comissário refletem um lado político e até histórico na Itália, onde lei e crime convivem quase que "pacificamente", se ajudam em interesses, máfia e polícia. Tudo muito bem amarrado, bem escrito e sério, divertidíssimo. Que leitura boa! Que entra aqui meus parabéns à tradução de Angélica D'Ávila que pelo visto ficou encarregada de todos os livros de Camilleri.

Comecei com o livro O CÃO DE TERRACOTA, comprei pelo nome e pela sinopse, não conhecia, resolvi dar uma chance e daí em diante foi um livro atrás do outro. Mostrei a Caroline que prontamente se viu tão encantada quanto eu. Se você quiser começar por algum livro do Andrea Camilleri, recomendo o que sugeri no título: UM MÊS COM MONTALBANO. Depois dele é quase certo que vai querer saber como foi o ANO NOVO DE MONTALBANO ou mesmo A PRIMEIRA INVESTIGAÇÃO DE MONTALBANO.  Depois de lê-los, passei muito tempo sem querer ler outra coisa pois saberia que não seria igual, foi o jeito me conformar.

Faz quase 1 ano que li o último livro, mas sempre que lembro dos títulos, me vem a lembrança de cheiro do mar, salmonetes da trattoria San Callogero, bem como as merluzas temperadas. Taí outro grande mérito do autor: lembrar que cada local descrito tem um cheiro próprio, suas características. Lembrar que ao ver livro tal, tem "cheiro" disso ou daquilo como se estivesse visitando um lugar muito conhecido por mim sem nunca tê-lo visto.

Se gosta de romances policiais, não deixe de ler, sério. O problema é saber que depois nada vai ser igual. Poderia falar muito mais do comissário, mas não quero estragar sua viagem à ilha de Montelusa. Chegue sem pretensões e logo você vai estar enturmado no comissariado. E cuidado com a porta!
quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Caraminholas 2 ~ Pag. 01 ~



sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Um Estudo em Vermelho ~ Artur Conan Doyle


O primeiro livro que li do Sherlock Holmes foi "O Cão dos Baskerville", que tem um tom meio "sobrenatural", ou como Carol diz, um quê de Scooby Doo. Mas não é ruim de maneira alguma.

Daí vendo esta capa fenomenal (meus parabéns Diego Patiño ), dei uma leitura rápida e poxa, acho que um dos motivos pra tamanho sucesso das histórias do Sherlock seja, além do carisma dos dois personagens, a escrita muito simples e fluida. Quando dei por mim, já tinha lido 1/4 do livro, que nem é tão grande assim, a história me prendeu na hora.

Quanto mais lia, percebi que os filmes com o Robert Downey Jr. são bastante verossímeis com a personalidade e carisma do Sherlock, inclusive com o tom de arrogância que às vezes o detetive tem, na minha opinião. Ou seja, se você não conhece nada do Sherlock, gostou do filme, muito provavelmente vai gostar das aventuras do detetive na literatura também.

Outra coisa que muita gente deve ter notado, desculpa se eu sou burro, mas Sherlock Holmes e o Dr.House são exatamente as mesmas pessoas. Personalidade, vícios, qualidades, moram na casa com o mesmo número, 221B, tem um colega que sabe que ele é inteligente mas não suporta quando tem seus ataques de excentricidade, que é o Wilson (Watson!). Em minha defesa, pouco tinha lido sobre Sherlock e nunca fui telespectador assíduo de House, mas como fã de Agatha Christie, uma vergonha né?

O livro tem uma história muito boa, sem coisas coisas tão miraculosas e é nele que você conhece quem é o Sherlock e quem é o Watson, ambos se conhecem e decidem dividir um apartamento. Você percebe a curiosidade deste último para com os curiosos métodos do detetive.

O livro tem 166 páginas, pequenininho, você lê rápido e custa 32 Dinheiros, que eu teria pago só pela capa e as ilustrações do miolo!
terça-feira, 6 de agosto de 2013

~ Capítulo 6 ~ Almeida, o funcionário




Chamava-se Almeida, como devem se chamar todos os funcionários públicos. Estava na repartição havia 35 anos, 11 meses e 29 dias e os colegas brincavam que dali a pouco seria tombado patrimônio público.

Perseguidor do funcionalismo exemplar, era sempre o primeiro a chegar e o último a sair. O que não significava absolutamente que trabalhasse muito. Não tinha interesse em adequar-se às novas tecnologias, para ele completamente dispensáveis, e era capaz de passar horas quase imóvel na frente de um computador, como se meditasse. Era uma figura pálida, apática, jamais tomara uma decisão, jamais fizera uma pergunta. Movia-se devagar, da porta de entrada à mesa e lá permanecia em silêncio, há 35 anos, 11 meses e 29 dias.

Uma semana antes da aposentadoria compulsória, Almeida sentado a sua cadeira, se contorce num violento espasmo e cai, acertando em cheio o teclado em frente. Morre.
Na manhã seguinte a viúva comparece à repartição para retirar os pertences do marido. Era uma senhora franzina, cabelos presos, divididos ao meio, lamentava num choro esganiçado, entrecortado por acessos de tosse, falta de ar e gemidinhos dolorosos. Lembrava em tudo um cachorro.
Passaram-se alguns dias e já nem se falava no falecido. Honestamente, sequer lembravam-se dele. A mesinha que antes ocupava, agora pertencia a Célia, uma criatura maravilhosa em todos os 95 centímetros de busto.

Numa manhã como qualquer outra, chegando ainda sonolenta, Célia quase tem um ataque cardíaco quando se depara com Almeida, sentado à mesa. Desorientada, vai ter com os colegas, achou que via coisas. Gomes, aproveitando-se da situação para demonstrar virilidade e coragem, vai averiguar. Volta branco como papel e depois um a um, cautelosos, os colegas examinam. É Almeida.

Será possível? Era certo que morrera, pois se todos viram, bem ali, a cabeça enterrada no teclado do computador?! Morrera e não sabia. Digitava lentamente alguma coisa e bebericava um café. Todos se reunem na copa para decidir o que será feito. Ora... é certo que está morto, mas  de todo modo não havia muita diferença. Conserva a aparência de vivo: a palidez, os ossos salientes, o profundo desinteresse de tudo. Resolvem não contar nada. Até hoje Almeida é um assíduo funcionário, um morto distraído que não percebeu que finou.

por Caroline Viana
quinta-feira, 25 de julho de 2013

Joe Golem e a Cidade Submersa ~ Christopher Golden & Mike Mignola


Livros nas estantes me prendem atenção pelos seguintes motivos, na ordem: Capa, sinopse e autor. Com todo mundo é assim, aliás. No caso de Joe Golem e a Cidade Submersa eu tive uma bela surpresa.

Claramente a capa me chamou atenção por ter uma arte do Mike Mignola, criador do Hellboy. Muito bonita, bem acabada mas... o livro não é escrito por ele, apenas ilustrou as páginas da história e trabalhou no argumento da trama. Dei uma lida na sinopse:

"Em 1925, terremotos e a elevação do nível do mar deixaram o Sul da ilha de Manhattan sob mais de trinta metros de água. Com isso, ela ganhou dos moradores o nome de cidade submersa [...] Cinquenta anos se passaram desde então, e a cidade submersa está cheia de mendigos, pedintes e “ratos d’água”, pessoas pobres que têm de se virar para conseguir sobreviver [...] Entre elas estão Molly McHugh, uma garota de 14 anos, e seu amigo e chefe Felix Orlov. Felix, o Conjurador, que no passado foi um mágico famoso, agora está velho e ganha a vida como médium [...]"

Certo. Pessoalmente essas tramas centradas nas grandes cidades americanas, por mais que se mostrem boas, de cara não me atraem, fico com a sensação que coisas sobrenaturais, grandes eventos, guerras, só podem acontecer se for lá. Mas claro, o autor é americano, nada mais justo. Mas aí eu pensei: "Mignola não ia ilustrar uma história que ele não tivesse gostado" e dei meu voto de confiança.

A história como já foi falada, conta a respeito de Molly e seu amigo Felix Orlov que, numa de suas sessões mediúnicas, algo dá terrivelmente errado e ele é capturado por homens em roupas emborrachadas e máscaras de gás. Ela foge e é salva por Joe, um sujeito grande e corpulento, que não sabe muito sobre si mesmo, sabe apenas que com ajuda do Sr.Church, um homem com peças mecânicas no lugar de várias partes do corpo, buscam um artefato chamado Pentajulum de Lector, uma espécie de coração mecânico que tem poderes misteriosos.

A trama corre rápida, com passagens alucinantes, capítulos curtos e personagens carismáticos, como o próprio Joe. A atmosfera mistura ingredientes de todos os tipos: literatura steam punk, sobrenatural, criaturas deformadas, tudo isso dentro do clima noir, dos contos de Lovecraft e Allan Poe. Devorei cada capítulo avidamente até me dar conta que já estava perto do final, pra minha surpresa!

O livro é curto e esse é um dos pontos fracos, acaba rapidinho! Além do quê, você fica com a sensação que Mike Mignola devia ter feito algo mais além de ilustrá-lo (quem sabe uma HQ?), afinal não foi ele que escreveu, mas certamente tem cara de uma coisa que ele certamente escreveria.

Não é um livro que "Nossa! Mudou minha vida! Nunca tinha visto algo assim!" mas é uma ótima leitura, rápida, com um clima de história de ficção científica do jeito que eu gosto de ler, que tem passagens frenéticas e situações bizarras que fazem você genuinamente pensar: "Mas que diabo é isso??".

Tem 272 Páginas, da Editora Gutenberg e deve estar custando uns 37,90 mais ou menos. Boa aquisição pra estante!

Caraminholas ~05~



quinta-feira, 18 de julho de 2013

Caraminholas! ~04~



terça-feira, 16 de julho de 2013

Caraminholas! ~03~



sexta-feira, 12 de julho de 2013

Caraminholas! ~02~



quarta-feira, 10 de julho de 2013

Caraminholas! n#01




segunda-feira, 8 de julho de 2013

O Grande Livro de Histórias de Fantasmas


Eu não lembro quando começou minha curiosidade pelo estranho e pelo sobrenatural, fantasmas, criaturas fantásticas e até mesmo histórias do dia-a-dia que chegam a ser extraordinárias. Há pouco mais de 2 anos decidi criar minha "Biblioteca Assombrada", com livros à respeito do assunto e O Grande Livro de História de Fantasmas está entre meus preferidos.

A primeira vez que li, com um tanto de avidez, não aproveitei como se devia cada conto. Mais tarde, fui relendo e me dando conta do que tinha realmente em mãos. Com quase 30 escritoras selecionadas, você tem toda sorte de histórias. Começando um tanto sem graça com "Napoleão e o Espectro" (Charlotte Brontë), onde num manicômio o famoso general encontra espectros de batalhas e depois partindo para uma triste história chamada "A História da Velha Babá" (Elizabeth Gaskel), o livro segue um pouco esse tom no início, já que foi organizado dos contos antigos para os mais novos, mas logo engata em histórias mais assustadoras e interessantes.

Como não precisa seguir uma ordem para ser lido, então que tal ir para "O Cão Negro"(Penelope Lively), onde uma dona de casa comum, passa a ver em toda parte um enorme cão negro. Não sai de casa pois o bicho está lá, plantado em seu jardim. O marido tenta ajudar, diz que o cão não existe, que talvez ela só precise ocupar o tempo. Mas quem é que diz o que existe e o que não existe?

Se você não acredita em déjà vu, então como você explicaria o mesmo sujeito na beira da estrada, cambaleante, com uma mão na barriga, numa noite fria, enquanto você pega "A Estrada Para Estação" (Ann Bridge)?

Ou ainda você talvez se interesse por a história de um homem que, apesar de grande amor à sua esposa, ficara obcecado por um peso de papel que continha "O Símbolo"(May Sinclair), levando-o até mesmo à mudança de postura e rompantes de cólera .

E falando em mudança repentina, que tal uma senhora que passa à paranoia de saber "Quem Andou Sentando no Meu Carro"(Antonia Fraser)?

Talvez você ainda queira ler uma bela história de amor, então que tal conhecer "Jim Diamante" (Lisa St. Aubin de Teran) e a história de sua amada? Pensando bem, desculpem, acho que não é tão bela assim como falei...

Pensando um pouco, de tudo que poderia dar medo, você teria medo de uma caçarola? No cont
o "A Caçarola Assombrada" (Margery Lawrence), por mais que o título soe engraçado, é um dos que mais deixa a situação toda muito tensa, onde a casa é assombrada, sim, por uma caçarola.

E se por um acaso você não gostar de nenhuma história até então, antes de desistir do livro, leia "Supérfluo" (Dorothy K. Haynes), pois na minha opinião, ele vai fazer todo o livro valer à pena. Acho que por isso ficou como o último conto, pra ficar aquele gostinho bom.

O começo do livro varia entre contos meio monótonos e clichês (que acho que quando foram escritos não eram), mas os demais contos, por mais que tenham um começo com cara de "eu já vi isso...", a maneira como são executados é que faz toda a diferença. Não vou mentir, há muitos contos bons e outros nem tanto devido ao ritmo impresso à narrativa, mas o conjunto da obra é sim, um grande item. Não se deixe enganar pelos títulos ou pelo começo lento. O livro tem 455 Páginas e você acha por aí por volta de R$55,00.


quarta-feira, 3 de abril de 2013

4 Diabos #07 - Cory Osterberg, Maliki, Arturo Aguirre e Jessica Oyhenart


Cory Osterberg é um ilustrador canadense, também conhecido como 'lobsterfancy' e entra na categoria de desenhos bonitinhos que todo mundo gosta. Gosto bastante das cores que ele usa, inclusive na composição de cenários.


Maliki é animadora e ilustradora da França e se você gosta de jogos online, com certeza já viu as artes dela no jogo WAKFU.


Arturo Aguirre faz de tudo, desde ilustração, animação, é storyboarder, enfim. Mas o que me chamou atenção mesmo foi uma série que ele criou chamada Kock Fioghters, literalmente, galos de briga, onde cria personagens galináceos no maior estilo de jogos de luta clássicos.


Jessica Oyhenart, ou como é conhecida, Jessie Beans, uma texana que tem uma galeria de pin ups de cair o queixo. Legal é que ela anda postando alguns re-trabalhos de artes antigas que ela mesma criou, mostrando assim a evolução ao longo do tempo, como essa Elizabeth Bathory - ou Erzsébet Báthory, a Condessa Sanguinária - aí da imagem.