segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Chris Priestley & David Robert - Contos de Terror do Tio Montague


É sempre assim, vou passando pelas estantes e a capa, antes de tudo chama a atenção: Os Contos de Terror do Tio Montague, do Chris Priestley não tinha como ser um livro ruim.

Estava lá, nas prateleiras infanto-juvenil onde tem diversos tipos de livros e histórias pra todos os gostos, contudo esse livro é um ótimo engano. Se você vai esperando histórias bobinhas, no decorrer das páginas você vai se encolhendo mais na cadeira e nem percebe que com frequência prendia a respiração.

Mas o que tem demais nesse livro?

Nele vemos a história de Edgar, um menino que sempre que tem oportunidade, corre pra casa do seu tio Montague pra ouvir histórias de terror que o misterioso sujeito adora contar (e Edgar adora ouví-las). Seus pais não costumam lhe dar muita atenção, então a casa do velho tio serve como um refúgio. Você vai lendo, e assim como Edgar ao ouvir as histórias do tio, levando como uma história bobinha até que se dá conta de que aqueles contos não são exatamente para crianças: mortes, portas misteriosas, jardins amaldiçoados, tudo isso misturado as incríveis ilustrações de David Roberts vão a cada página, deixando a história mais e mais tensa.

A escrita é simples, flui bem e acho que esse é o maior mérito pra enganar os leitores. Imagine que você está num corredor, de um lado totalmente claro e iluminado, porém tem que atravessá-lo, chegando no extremo oposto onde está tudo no maior breu. Você vai deixando a confiança, seu paço fica frouxo, você percebe que cada vez vê menos ainda. Essa é a sensação que tive após ir chegando no final no livro.

E quando termino, é como se no meio daquele breu, tivesse sido aberto uma porta e agora estou de novo do lado de fora do livro, seguro, mas com aquela sensação: "Porra! O que foi isso?!"

Virei um fã desses dois sujeitos, o Chris Priestley e David Roberts, uma bela dupla pra escrever e ilustrar. Ainda por cima há outro livro chamado Contos de Terror do Navio Negro, mais uma vez um trabalho da dupla acima, que conta as histórias de dois irmãos que moram numa estalagem e numa noite chuvosa, aguardam a volta do seu pai e nesse meio tempo, recebem a visita de um pirata que conta toda sorte de histórias passadas no mar.
Assim como o primeiro livro, o leitor é facilmente enganado e quando dá por si está envolvido numa história muito maior que a leitura desprentensiosa que tinha quando começou. Esses pra mim são os melhores tipos de livros, aliás.

E depois desse livro, eu sempre olho pra trás quando apago a luz.

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